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IronMan World Championship Hawaii oct/2011


Galera, mais uma vez passo aqui para agradecer a todos.

Interessante como essa coisa de Ironman faz a gente querer mais. Quanto mais eu me envolvo com a causa, mais eu penso em querer melhorar o que já foi feito, “passar o rodo” no tempo desse ano. Logo após a prova tudo o que eu pensava era em sofá, ar condicionado, água, comida e distância de qualquer coisa que me fizesse voltar para o bentido asfalto, bicicleta nem pensar. Mas conforme a energia foi voltando, podendo pisar sem gemer, eu fui fazendo uma retrospectiva das coisas e caindo na real para o que pode ser melhorado. Fazendo a matemática aqui, é sensato pensar que eu posso correr bem melhor, da pra “enxugar” a bike e manter o meu desempenho na água, somando os tempos possíveis: 1h natação / 5h40 bike / 4h20 corrida + uns 15min de transição = 11h15min, contra as 12h52min desse ano…é possível! Bom, to pensando alto aqui, algo esperado para todo ser humano com veia atlética, sempre existe a pressão para melhorar.

Mas mudando de assunto, um elemento evidente em fazer um Ironman, é uma analogia extremamente forte com conceitos da vida; Nunca desistir. Mas por quê?! Parar é fácil...é só pegar a van de volta para a base que lá tem sombra e água fresca. Em uma prova de Ironman pelo menos para a esmagadora maioria de amadores não existe premiação em dinheiro, aliás, pagamos caro e se somarmos inscrição, hotel, transporte, etc... é algo absurdo, tudo isso pra se cansar e fazer força até o corpo começar a soltar alarmes que tá demais e ameaçar virar o disjuntor….”cambada de malucos”… solta o espectador.

Felizmente somos malucos suficientes para estar na prova, pois um teste físico desses nos ensina uma infinidade de conceitos que são usados em nosso dia a dia. Se vislumbramos algo, se temos um ideal, seja em qualquer área ou profissão, precisamos passar por todos os caminhos que forem precisos para chegar lá sem desistir e com as ferramentas corretas.

Moral da história, não estou aqui recrutando ninguém para fazer um Ironman, estou apenas convidando a todos para pensar sobre nisso, elementos que devem ser usados para a vida.

Uma adição; pelo menos para mim, as coisas não giram em torno de uma anormalidade física. Independente de uma amputação ou não, aliás estendendo o exemplo para os demais, se uma pessoa estiver em uma cadeira de rodas ou não, seja lá qual for o título da desabilidade física, todo ser humano tem o direito e pode descobrir seus próprios limites e aprender com eles. Uma prótese ou uma cadeira de rodas, são apenas as ferramentas corretas para chegar lá. Como um óculos de grau para quem têm visão limitada por exemplo, ou um amplicador de som para os parcialmente surdos.

Talvez porque eu nasci sem uma perna tenha despertado o meu interesse pelo esporte, se é uma desabilidade física, eu fui procurar desafios físicos e sou mais do que feliz por constatar que eles só me fizeram bem até hoje, aprendi bastante.

Voltando ao centro deste texto; Gratidão. Eu sou grato por poder contar com cada palavra de apoio de vocês, muito obrigado!!!

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